Este estudo aborda as referências bíblicas a personagens enigmáticos conhecidos como gigantes. A partir das menções a esses gigantes, podemos tirar algumas conclusões:

  1. É plausível que descendam de Caim. (Veja O Sinal de Caim)
  2. Os termos conhecidos — Nefilins (Gênesis 6.4), Refaíns, Emins (Gênesis 14.5), Anaquins, Enaquins, Zanzumins, Zuzis — são adjetivos que significam “poderosos”, “fortes”, “valentes”, “guerreiros”, etc.
  3. Curiosamente, todos eles são do sexo masculino.
  4. Eles se alugavam para nações guerreiras como mercenários, como foi o caso de Golias, que era filisteu, mas provavelmente naturalizado.

O termo hebraico “nefilim” pode significar um monstro ou um homem terrível que domina ou vence outros homens. A Bíblia refere-se a esses nefilins como “gigantes”.

Naqueles dias havia gigantes na terra, e também posteriormente, quando os filhos de Deus se uniram às filhas dos homens e delas tiveram filhos; estes foram os heróis do passado, homens de renome.” (Gênesis 6.4)

Observe a variedade de sinônimos usados para descrever esses personagens: “gigantes”, “heróis”, “homens de renome”. Algumas traduções optaram por transliterar a palavra “nefilim”.

Alguns estudiosos sugerem que o termo “nefilim”, considerando o prefixo “neph”, poderia significar “caídos”, uma ideia que levou à suposição de que seriam anjos caídos que tomaram corpos e se uniram a mulheres humanas.

Na mitologia greco-romana e em outras culturas, existem relatos de semideuses que desciam à Terra como seres meio-deuses e meio-humanos, tomando mulheres humanas como esposas. Teóricos modernos, como Dannikens e Kolosimos, propõem que esses “caídos” seriam astronautas de outros sistemas estelares que se casaram com terráqueas. Historicamente, os gigantes existiram tanto antes quanto depois do dilúvio. Ninrode, um líder e caçador poderoso de Babel, poderia ter sido um deles. As culturas ao redor do mundo — em tradições folclóricas, lendas e contos de fadas — apresentam figuras de gigantes, gênios, ogros, monstros, etc. Até mesmo em alguns idiomas orientais, a raiz hebraica se mantém, como os “djins” dos árabes.

Referências paleontológicas a seres monstruosos anteriores ao “Homo sapiens”, baseadas em achados de ossos anormalmente grandes e não identificados como de qualquer animal conhecido, poderiam ser restos de refains ou nefilins. Assim, o Homem de Neandertal, Cro-Magnon, Javantropo, Sinantropo, “Homo pekinensis” e Australopiteco poderiam ser considerados refains ou nefilins.

Os anaquins, ou filhos de Anaque, foram os gigantes mais famosos da Palestina. Eles habitavam perto de Hebrom, e sua estatura era tão fora do comum que dez dos doze espias enviados a Canaã se compararam a gafanhotos diante deles.

“Vimos também gigantes, os anaquins, descendentes dos nefilim; éramos como gafanhotos aos nossos próprios olhos, e assim também parecíamos a eles.” (Números 13.33)

A origem desses gigantes é questionada: Como surgiram? Que acidente genético os trouxe à existência?

a) Uma possível conclusão é que havia uma semente ou geração maldita na terra antes do dilúvio.

b) Outra conclusão é que essa aberração genética surgiu da união imprópria dos filhos de Deus com as filhas dos homens (Gênesis 6).

c) Uma terceira conclusão, inferida do texto bíblico, é que, após as filhas dos homens gerarem filhos, esses filhos nasceram deformados, gigantescos. A frase “estes foram os heróis” (Gênesis 6.4) pode ser interpretada como “estes eram os gigantes”.

d) Após essa consequência genética, Deus viu que “a maldade do homem se havia multiplicado na terra” (Gênesis 6.5) e decidiu purificar a terra de toda semente maligna.

Noé encontrou graça aos olhos de Deus porque era íntegro “em suas gerações. Sua linhagem era pura e santa.

Entretanto, a linhagem maligna sobreviveu ao dilúvio, reaparecendo posteriormente. Os gigantes proliferaram novamente, e, como Deus prometera que não enviaria outro dilúvio, decidiu eliminar povos inteiros, incluindo mulheres e crianças, como ocorreu com os amalequitas, fereseus, heteus, e horeus.

Após o dilúvio, os gigantes reapareceram:

“Antigamente os emins habitavam essa terra; eram um povo grande, numeroso e alto como os anaquins. Eles também eram considerados refains, como os anaquins, mas os moabitas os chamavam emins.” (Deuteronômio 2.10-11)

Esses povos, aparentemente sem tradição étnica, são mencionados novamente:

“Então nos viramos e subimos pelo caminho de Basã. Ogue, rei de Basã, com todo o seu povo, veio ao nosso encontro para nos enfrentar em Edrei. O Senhor me disse: ‘Não tenha medo dele, pois eu o entreguei nas suas mãos, a ele e a todo o seu povo, com a sua terra. Faça com ele como você fez com Sião, rei dos amorreus, que reinava em Hesbom’. Assim o Senhor, o nosso Deus, entregou também nas nossas mãos Ogue, rei de Basã, com todo o seu povo. Nós o derrotamos, até não lhe restar sobrevivente algum. Naquele tempo conquistamos todas as suas cidades; não houve nenhuma que não lhes tomássemos: sessenta cidades, toda a região de Argobe, o reino de Ogue em Basã. Todas essas cidades eram fortificadas, com altos muros, portas e ferrolhos; além disso, havia muitas outras cidades sem muros. Destruímo-las totalmente, como tínhamos feito com Sião, rei de Hesbom, matando todos os homens, mulheres e crianças. Mas tomamos para nós todo o gado e os despojos das cidades. Porque só Ogue, rei de Basã, restou dos refains. Seu leito, um leito de ferro, não está em Rabá dos amonitas? Tem quatro metros e meio de comprimento e dois metros de largura, de acordo com o côvado comum.” (Deuteronômio 3.1-7,11)

Este texto é crucial para nosso estudo. Algumas conclusões podem ser tiradas:

A importância desta batalha foi considerável, pois Ogue, rei de Basã, e Sião, rei dos amorreus, são mencionados em várias partes da Bíblia. Sem razão aparente, Ogue veio lutar contra Israel. Ogue era um gigante; seu leito de ferro sustentava seu grande peso, medindo aproximadamente 4 metros de comprimento e 2 metros de largura.

Este relato é mais um em que Deus ordena a destruição total de um povo, incluindo mulheres e crianças. Deus queria eliminar da terra toda semente contaminada por hibridismo maligno.

Muita ênfase é dada aos refains, que às vezes parecem designar todos os gigantes.

“Então os filisteus vieram e se espalharam pelo vale de Refaim.” (2 Samuel 5.18)

O termo “refains” tornou-se substantivo, revelando a importância atribuída a eles. Apesar de terem outros nomes, “refains” tornou-se predominante.

“No décimo quarto ano, Quedorlaomer e os reis que estavam com ele atacaram e derrotaram os refains em Asterote-Carnaim, os zuzins em Hã, os emins em Savé-Quiriataim.” (Gênesis 14.5)

Refains, zuzins e emins são sinônimos de valentes, guerreiros, gigantes.

“Depois disso houve guerra em Gezer contra os filisteus, na qual Sibecai, o husatita, matou a Sipai, um dos descendentes dos refains. Assim os filisteus foram subjugados.” (1 Crônicas 20.4)

Vejamos agora 1 Crônicas 20.4-8, onde “refains” é traduzido diretamente:

“Depois disso houve guerra em Gezer contra os filisteus, na qual Sibecai, o husatita, matou a Sipai, um dos descendentes dos refains. Assim os filisteus foram subjugados. Houve ainda outra guerra contra os filisteus; e Elana, filho de Jair, matou a Lami, irmão de Golias, o geteu, cuja lança tinha a haste como seixo de tecelão. Houve ainda outra guerra em Gate; havia ali um homem de grande estatura, tinha vinte e quatro dedos, seis em cada mão e seis em cada pé: também este descendia dos refains. Quando ele injuriava a Israel, Jônatas, filho de Simei, irmão de Davi, o feriu. Estes nasceram dos refains em Gate; e caíram pela mão de Davi e pela mão de seus homens.” (1 Crônicas 20.4-8)

Em 2 Samuel 21.15-22, descobrimos outro gigante morto por Davi e seus homens.

Outras referências aos gigantes incluem:

“Antigamente os emins habitavam essa terra; eram um povo grande, numeroso e alto como os anaquins. Eles também eram considerados refains, como os anaquins, mas os moabitas os chamavam emins.” (Deuteronômio 2.10-11)

“Porque só Ogue, o rei de Basã, restou dos refains. Seu leito, um leito de ferro, não está em Rabá dos amonitas? Tem quatro metros e meio de comprimento e dois metros de largura, de acordo com o côvado comum.” (Deuteronômio 3.11)

“Todo o reino de Ogue em Basã, que reinou em Astarote e em Edrei, que ficou do resto dos refains, o qual Moisés feriu e expulsou.” (Josué 13.12)

“Dali sobe pelo vale do filho de Hinom, ao sul da encosta dos jebuseus, isto é, Jerusalém; e dali vai até o topo da montanha que está defronte do vale de Hinom, a oeste, no extremo norte do vale dos refains.” (Josué 15.8)

Vemos aqui uma significativa ligação entre os refains e o vale de Hinom, ou Ge-Hinom, que originou o termo “Geena”, ou “Inferno”. Essa área, localizada ao sudoeste de Jerusalém, foi um local de culto ao deus Moloque, que incluía sacrifícios de crianças. Foi abolido por Josias (2 Reis 23.10) e tornou-se depósito de lixo, cadáveres de animais e criminosos, onde o fogo ardia continuamente. “Geena de fogo” tornou-se um termo para descrever o abominável.

“Josué respondeu: ‘Se vocês são um povo tão numeroso, subam e desmatem a região montanhosa, na terra dos ferezeus e dos refains.’” (Josué 17.15)

“Dali desce até a extremidade da montanha que está defronte do vale do filho de Hinom, ao norte do vale dos refains, e desce pelo vale de Hinom, na direção sul, pela encosta dos jebuseus, até En-Rogel.” (Josué 18.16)

No livro de Jó encontramos: “Ele me fere com ferimento sobre ferimento, arremete contra mim como um guerreiro.” (Jó 16.14), onde “guerreiro” é “gigante” em algumas traduções.

Agora, abordamos um tema polêmico: a ressurreição. A Bíblia afirma duas ressurreições separadas por mil anos. Embora todos homens ressuscitem para gozo ou vergonha eternos, especulamos sobre uma referência singular onde “refaim” traduzido para “sombras” não faz justiça ao original:

“Os mortos não viverão, os espectros não ressuscitarão; por isso tu os castigaste e os destruíste, e apagaste toda a memória deles.” (Isaías 26.14)

Se traduzirmos corretamente: “Mortos não tornarão a viver, gigantes não ressuscitarão.” Isso sugere que os refains, depois de mortos, não ressuscitarão.

Outros textos, como: “Ele me fez habitar em lugares tenebrosos, como os que morreram há muito tempo.” (Lamentações 3.6), refletem essa ideia.

O Salmo 88, sobretudo 3 a 5, refere-se a uma terra do esquecimento, onde “nem Deus se lembra.

Existem numerosos textos semelhantes, sobre “feridos de morte” ou “trespassados” que permanecem esquecidos.

É surpreendente considerar que alguém possa morrer e não ressuscitar; alguém cuja morte se assemelha à de um animal irracional.

O fato bíblico é que os gigantes/refains existiram e foram destruídos por Deus. Não deixaram descendentes, sendo machos híbridos, algo fora do plano original divino.

As perguntas sobre quem eram, de onde vieram, como surgiram e para onde foram, permanecerão sem resposta até a “universidade celeste”.

Alguns textos onde “refaim” aparece no original incluem:

“As sombras tremem embaixo d’água, e os que ali habitam.” (Jó 26.5)

“Acaso mostras tu maravilhas aos mortos? Ou os mortos se levantam para te louvar?” (Salmo 88.10)

“Porque a sua casa leva para a morte, e os seus caminhos para as sombras.” (Provérbios 2.18)

“Ele, porém, não sabe que ali estão os mortos, e que no fundo da sepultura estão os seus convidados.” (Provérbios 9.18)

“Quem se desvia do caminho do entendimento repousará na companhia dos mortos.” (Provérbios 21.16)

Essas referências reforçam a ideia de que os “refains” ou “gigantes” estão irremediavelmente perdidos e sem esperança de ressurreição.

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